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Projeto Meu Lugar finaliza primeira edição com gostinho de quero mais

  • Foto do escritor: CORETO
    CORETO
  • 28 de fev. de 2024
  • 6 min de leitura

Três mostras culturais, 12 oficinas formativas em áreas da arte e da cultura e um mapeamento afetivo das comunidades atendidas. Essas foram as principais entregas realizadas pelo Projeto Meu Lugar em Barão de Cocais e Itabirito. As ações impactaram estudantes das escolas contempladas e seus familiares e abriram um leque de oportunidades para que as comunidades pudessem produzir, registrar e difundir suas criações e práticas de forma autônoma. O Meu Lugar tem o patrocínio do Grupo Avante, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, e é realizado pela Coreto Cultural e o Ministério da Cultura. 


A mostra cênica “O caminhar da Cultura Afro Brasileira” foi realizada nos dias 18 e 20 de novembro, respectivamente, na Escola Estadual José Maria de Morais e na Escola Municipal José Maria dos Mares Guia, em Barão de Cocais. O tema dos dois eventos foi escolhido para celebrar o Dia da Consciência Negra. O desfile realizado em ambas as escolas foi uma programação especial, que trouxe à tona o olhar dos alunos para a realidade da negritude e mostrou o resultado das atividades formativas oferecidas pelo projeto aos alunos. Nas semanas anteriores à mostra, eles tiveram aulas de Figurino, Maquiagem, Cabelo e Confecção de Tambores, com o intuito de estimular o desenvolvimento comunitário a partir da capacitação ligada à cultura e à economia criativa.


Alunos da E.M. José Maria dos Mares Guia, em Barão de Cocais, durante a Mostra. Foto: Felipe Muniz

Durante a mostra nas escolas, a comunidade pôde assistir ao vídeo produzido pela Coreto com imagens coletadas durante os processos de criação e aprendizado das oficinas. Foi um momento de alegria e emoção no qual os estudantes puderam se ver. O evento reuniu na escola estadual cerca de 600 pessoas, entre pais, alunos e funcionários. Já na escola municipal participaram em média 300 pessoas. 


De acordo com a diretora da Escola Estadual José Maria de Morais, Cristina Domingues Arantes, a mostra foi uma oportunidade para a arte renascer nas escolas. “Estamos muito felizes e abertos para outras ações relacionadas à arte e a cultura, de forma a estimular os alunos para essas áreas do conhecimento”.


A Coreto Cultural também esteve no Bairro Marzagão, em Itabirito, realizando oficinas formativas e uma mostra cultural na Escola Municipal Antônio Toledo Sobrinho, potencializando a celebração da formatura dos alunos do 2º período e do 5º ano da instituição de ensino. A ação foi uma parceria da escola e da Coreto.


No dia 11 de dezembro, foram ofertadas oficinas de maquiagem, tranças, tambores e danças urbanas, em uma preparação para o evento de formatura, que tinha como tema a influência da origem africana na cultura brasileira. Os alunos puderam fazer penteados, entender como se maquiar, além de aprender os primeiros ritmos do tambor e passos de danças para as apresentações. Durante todo o dia, as crianças se deliciaram com pipoca e algodão doce.


No dia 12 de dezembro, junto com a mostra, ocorreu a formatura dos estudantes em uma manhã de muita alegria e emoção, com a presença dos formandos, profissionais da comunidade escolar e familiares. Também marcaram presença a secretária de Educação do município, Iracema Mapa, a diretora e a vice-diretora das escolas rurais, Maria Salete Vasconcelos e Maria das Graças Teixeira, além de outras autoridades. Cerca de 150 pessoas, entre pais, alunos, formandos e funcionários da escola, participaram do evento.


Durante a mostra, os alunos do 2º período apresentaram uma coreografia de dança de rua ensaiada pelos professores durante as oficinas, enquanto os alunos do 5º ano mostraram o que aprenderam durante as aulas em uma apresentação de percussão. Vale ressaltar também que os instrumentos utilizados pelos estudantes foram produzidos por eles e são um presente do Meu Lugar, como um Incentivo, para que eles possam dar continuidade ao conhecimento e às técnicas musicais.


O coordenador da escola Antônio Toledo Sobrinho, Dijalma Lúcio da Silva, ressaltou a dimensão do projeto na vida das crianças e da comunidade como um todo. “Quando você traz a ideia de um resgate, você torna as pessoas protagonistas da sua própria história. Então, não é um projeto que vem e vai embora. É um projeto que traz uma mentalidade diferenciada. É um resgate de história. Você se vê dentro do projeto o tempo todo. E isso é colher frutos imediatamente. Hoje, eu olho para os meninos e vejo  crianças aprendendo a fazer percussão em duas horas de oficina. Ninguém via isso. Eles já tinham essa vontade de fazer e pertencer. Eu não tinha dimensão do quanto o projeto poderia alcançar. E alcançou”, disse o coordenador.


Para Mariana Morales, Gerente de Sustentabilidade no Grupo Avante, “O projeto Meu Lugar traz um espaço de fala importante para as comunidades locais, que puderam se expressar durante conversas e ações artísticas. A cultura é, realmente, uma ferramenta importante de transformação social e contribui para o fortalecimento da autoestima da população. Proporcionar lazer, bem-estar e estimular o conhecimento das pessoas que estão em torno das nossas operações, vai de encontro com o nosso jeito de fazer a mineração do futuro: com respeito, transparência e oportunidade de desenvolvimento para todos. Por isso, foi uma alegria para o Grupo Avante promover o projeto Meu Lugar em comunidades de Itabirito e Barão de Cocais”.


Em números


As oficinas oferecidas nas três escolas contempladas envolveram a participação de 15 artistas, sendo cinco do Arautos do Gueto, seis de danças urbanas, dois do projeto Murais Miradas de Afeto e dois figurinistas. Ao todo foram oferecidas 52 aulas, para 172 estudantes, em um total de 140 horas de oficinas. 


Mural artístico


Outra ação inserida no projeto Meu Lugar foi a pintura dos murais nas escolas pela artista Anna Gobel em Barão de Cocais, no mês de outubro, retratando a educação e a cultura, em uma arte produzida a muitas mãos, com ajuda dos alunos e professores. Ela também esteve em Itabirito para deixar essa mensagem de incentivo e esperança nos muros da Escola Antônio Toledo Sobrinho. A ação foi uma contrapartida ao apoio e participação das escolas no projeto Meu Lugar, valorizando a identidade, personagens e elementos da cultura local.


Mapa Afetivo


Foto: Nina Teresa

A etapa do mapa afetivo foi uma das principais do projeto Meu Lugar. Durante os meses de agosto e setembro, ele foi produzido por meio de entrevistas com a comunidade. O mapa tem como objetivo conhecer a realidade local e criar um diagnóstico que oriente o desenvolvimento de atividades mais adequadas para aquela localidade, nas áreas das artes e da cultura, dentro do programa Meu lugar. As entrevistas aconteceram nas duas cidades contempladas.


De acordo com a diretora-executiva da Coreto Cultural, Lílian Nunes, o mapa afetivo é uma etapa de extrema importância para o projeto. “A escuta é o melhor caminho para ações assertivas em espaços de vulnerabilidade. Conhecer as pessoas e as peculiaridades de cada região, construir elos de confiança, agir de forma colaborativa e desenvolver ações que realmente façam sentido para os moradores. Somente o diálogo promove o protagonismo comunitário. Ele gera pertencimento, dignidade, visibilidade e promove novas perspectivas de crescimento e mudança”.


O projeto entrevistou 15 moradores de Barão de Cocais e 14 em Itabirito. 



Desfile Cívico


Foto: Sabrina Nogueira.

Outra ação que vale destacar aconteceu no dia 7 de setembro, quando uma equipe da Coreto Cultural marcou presença no desfile cívico em Itabirito, para acompanhar e registrar em fotos e vídeos a Fanfarra Marzagão. Também houve acompanhamento de alguns dos ensaios das crianças e do processo da produção dos uniformes de gala. A Fanfarra é composta pelos alunos da escola Antônio Toledo Sobrinho, moradores do bairro.


Também no Marzagão, em agosto, a Coreto Cultural acompanhou os alunos e seus familiares em uma excursão organizada pela EMATS a pontos significativos da região. Os alunos tiveram a oportunidade de explorar locais históricos, ouvir relatos dos primeiros moradores e desfrutar de momentos de lazer fora do ambiente escolar durante a visita à Usina do Bonga, à Fazenda Marzagão, ao centro comunitário, à microrregião de Coqueiro Verde e ao Pesque Pague Campestre. O acompanhamento das duas atividades integrou e contribuiu para o planejamento das oficinas e mostras do Meu Lugar. 


Foto: Fabrício Bento

Contrapartidas


Representantes da equipe do projeto Meu Lugar voltaram a Itabirito e Barão de Cocais nas primeiras semanas de fevereiro de 2024 para realizar ações de contrapartida nas escolas contempladas. Estudantes, professores e diretores puderam conhecer mais sobre os processos artísticos inseridos nas oficinas e na mostra de resultados realizados nas instituições de ensino no segundo semestre do ano passado, além de assistirem vídeos produzidos durante as aulas e apresentação dos alunos.


Na Escola Municipal Antônio Toledo Sobrinho, em Itabirito, a diretora da Coreto Cultural, Lilian Nunes, e o coordenador audiovisual do projeto, Chico de Paula, se reuniram com professores e a turma de alunos que estão atualmente no 3º ano para falar sobre as vivências artísticas da maquiagem, cabelo, dança e percussão e seus aprendizados e também sobre a preparação da  mostra cultural de artes cênicas realizada em dezembro. Já em Barão de Cocais, na Escola Municipal José Maria dos Mares Guia e na Escola Estadual José Maria de Morais, quem acompanhou a diretora da Coreto foi o professor de percussão do projeto, Dodó Silva, do Arautos do Gueto. Ele foi recebido com carinho e animação pelos alunos, que pediram “mais Meu Lugar” em 2024.




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